- LUXAÇÃO RECIDIVANTE DA ATM TRATADO COM EMENECTOMIA
A luxação da articulação temporomandibular (ATM) se dá por hiperexcursão condilar em direção anterior, à eminência articular, a ultrapassando e permanencendo fora da cavidade articular até o reposicionamento manual através da manobra de Nelator. Essa condição acarreta inabilidade para fechar a boca, dificuldade de fonação, tensão muscular e forte sintomatologia álgica. Casos de luxação mandibular recidivante tem clara indicação cirúrgica. Dentre as abordagens cirúrgicas propostas na literatura, a eminectomia é a técnica que vem apresentando melhores resultados funcionais, consistindo na remoção da eminência articular, permitindo livre excursão condilar.
Paciente do sexo feminino, 35 anos, compareceu ao serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Regional do Agreste, Caruaru/PE, relatando episódios de luxação crônica de ATMs bilateralmente. A paciente relatou intensa sintomatologia dolorosa durante episódios de luxação e tentativas de reposicionamento manual e que, pelo menos, 4 episódios tinham ocorrido nos últimos 6 meses. Ao exame de imagem panorâmico, sugere presença de eminências articulares acentuadas, o que predispõe o quadro de luxação (FIGURA 01). Diante do exposto, optou-se por realizar a eminectomia bilateral sob anestesia geral, através do acesso pré-auricular com discreta extensão temporal, o que permitiu exposição satisfatória das eminências articulares (FIGURA 02), as quais foram removidas por meio de osteotomia com brocas, sendo realizada, posteriormente, regularização da região (FIGURA 03). No pós-operatório, foi verificada recuperação adequada, com preservação da função motora do VII par de nervos cranianos. A paciente encontra-se em acompanhamento ambulatorial há 01 ano, sem sinais de recidiva e com abertura bucal satisfatória (FIGURA 04), sem queixas adicionais. De acordo com a literatura, pode-se concluir que a técnica de eminectomia permite movimentos mandibulares livres, sendo bastante satisfatória e eficaz no tratamento da luxação recidivante.
FIGURA1
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4
- ROTAÇÃO DE RETALHO
Paciente compareceu à emergência do hospital regional do agreste, vítima de acidente motociclístico, o mesmo não portava capacete e apresentava ao exame clínico perca de 2/3 de substância em lábio inferior. Foi realizado rotação de retalho de lábio superior e após 15 dias o mesmo retorna para remoção do pedículo que interpõe o lábio superior do inferior e após mais 15 dias o mesmo retorna para remoção de suturas e consulta final.
Aspecto incial
Incisões para rotação do retalho
Vista de perfil
Após sutura
Após 15 dias de pós operatório
15 dias de pós operatório (boca aberta)
Foi realizado remoção do pedículo e sutura (2º tempo cirúrgico)
15 dias após o 2º tempo cirúrgico
Resultado Final
- RESSECÇÃO DO TUMOR DE PINDBORG COM ENXERTO IMEDIATO
O tumor odontogênico eptelial calcificante (TOEC) foi
descrito pela primeira vez pelo patologista dinamarquês Jens J. Pindborg em
1955 e por esse motivo ficou também conhecido como tumor de Pindborg. É um
tumor benigno e raro com menos de 200 casos relatados na literatura. Suas
características são: aumento de volume indolor, de crescimento lento,
localmente agressivo, geralmente afetando a mandíbula, sendo mais comum na
faixa etária dos 40 anos de idade. Radiograficamente a lesão quando ocorre
intra-óssea, que é a maioria dos casos, apresenta imagem radiolúcida uni ou
multilocular, com calcificações em seu interior, podendo está associada a dentes
inclusos e impactados. Este é o relato de um caso clínico de TOEC, onde foi
realizado no mesmo tempo cirúrgico a colocação de um enxerto de crista ilíaca
no local onde foi removido o tumor em um paciente leucoderma, 22 anos de idade,
sexo masculino, onde apresentava um aumento de volume indolor no lado esquerdo
da mandíbula. No exame extra-oral foi observado uma assimetria e no exame
intra-oral uma expansão das corticais vestibulares e linguais de canino à
segundo molar esquerdo. A mucosa apresentava-se com características de normalidade.
Na tomografia computadorizada foi constatado uma massa extensa, osteolítica e
bem circunscrita, localizada da parassínfise ao corpo esquerdo da mandíbula,
com expansão das corticais no sentido ântero-posterior e látero-medial, porém
sem perfurá-las, multilocular, radiolúcida e com áreas espalhadas de
radiopacidade em seu interior. Foi realizado uma biópsia incisional, sob
anestesia local e o material encaminhado para exame laboratorial e o resultado
foi de TOEC. Para o procedimento cirúrgico foi realizado anestesia geral e
intubação nasotraqueal e o acesso cirúrgico utilizado foi o de Risdon. Os
tecidos foram dissecados por planos e o local da lesão foi visualizada, foi
feito uma demarcação se distanciando 1 cm do tumor e a placa de reconstrução 2.7
foi pré-adaptada no local, após isto foi realizado a ressecção parcial da
mandíbula, a peça cirúrgica foi encaminhada para ser radiografada, verificando
se toda lesão tinha sido envolvida . Um enxerto autógeno de crista ilíaca foi
adaptado no local da ressecção e fixado com a placa de reconstrução 2.7. Foi
instalado um dreno por 72 horas e a sutura foi realizada com Vicryl 3-0 e
mononylon 4-0. O paciente atualmente encontra-se sob controle ambulatorial e
radiográfico com 1 ano de follow-up, sem evidencias de recidiva, sem queixas
estéticas e funcionais.
Aspecto incial
Intra oral (aumento de volume)
Exames Imaginológicos
Exame histopatológico após biópsia (TOEC)
Proposta cirurgica remoção de 5 cm da lesão com margem de segurança
Marcação com broca do bloco a ser removido
Modelagem da placa antes da remoção do bloco
Peça cirurgica removida
Radiografia da peça (toda lesão incluída)
Fixação com placa de reconstrução após remoção da peça
Enxerto de crista ilíaca interposto entre os cotos
e colocado uma placa 2.0 para dar maior estabilidade
Sututra
Pós operatório de 1 ano
Pós operatório de 1 ano (intra oral)
Radiografia pós operatória de 1 ano
Paciente utilizando prótese reabilitadora
OBS: O próximo passo será a colocação de implantes o paciente ainda continua sobre acompanhamento.
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