admitido em relatando sintomatologia dolorosa em 1/3 inferior de face (região de mandíbula, lado direito). Ao exame facial extra - oral apresentava edema em região de parassínfise direita. Ao exame facial intra-oral apresentava discreta mobilidade óssea em região de parassínfise direita (entre elementos 44 e 45), sem crepitação óssea. Não foram observadas alterações oclusais (desvio de linha média, mordida cruzada ou aberta); movimentos mandibulares de excursão preservados. Questionado quanto a posição dentária, o paciente não relatou mudanças do posicionamento de seus dentes, quando em máxima intercuspidação habitual (MIH). Ao exame imaginológico (fig 1 e 2), observou-se um traço de fratura vertical em parassínfise direita, sem deslocamento dos cotos fraturados. Diante do quadro clínico observado, optou-se pelo tratamento conservador da fratura. Foi realizada uma odontossíntese em região de segmentos mandibulares 5 e 6 (do elemento 43 ao elemento 46) para estabilizar a fratura (fig 3), impedindo mobilidade dos cotos fraturados e diminuindo o sangramento ósseo proveniente da mesma. Além disso, foi realizado bloqueio maxilo-mandibular através técnica de Gilmer, para restringir os movimentos mandibulares e permitir a correta consolidação da fratura (fig 3, 4 e 5).
fig 1 - tomografia computadorizada apresentando fratura em parassínfise direita |
fig 2 - reconstrução 3D apresentando fratura em parassínfise direita
fig 3 - odontossíntese envolvendo os segmentos 5 e 6 |
fig 4 - bloqueio maxilo - mandibular com emprego da técnica de Gilmer |
fig 5 - bloqueio maxilo - mandibular com emprego da técnica de Gilmer |
Discussão; O tratamento conservador das fraturas mandibulares tem como principais vantagens o menor tempo de internação, possibilidade de realização do procedimento a nível ambulatorial, ausência de cicatriz e menor custo para o paciente; apresentando como desvantagens a menor eficácia respiratória, de deglutição e de alimentação, bem como a dificuldade de higienização bucal e os efeitos deletérios aos tecidos ósseo, muscular e articular. Sua indicação, portanto, deve ser precisa, e o paciente deve ser informado de suas vantagens e desvantagens, bem como corretamente orientado acerca da dieta (líquido/pastosa), higienização bucal (escovação e uso de colutórios), tempo de imobilização, e necessidade de fisioterapia articular após remoção do bloqueio, devendo ser acompanhado a nível ambulatorial.
Caso coordenado pelos residendes R3 André Sabóia, R2 André Lustosa e conduzido pelos residentes R1 Marcelo Vasconcelos e R1 Darlan Cavalcante.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por participar!